“Tem detalhes da vida que não se descreve... Simplesmente se vive!”

sábado, 8 de março de 2014

Atendimento Educacional Especializado – Para Pessoas com Surdez


Wanderson Pinheiro [1]

Palavras-chave: Libras, Língua Portuguesa, Pessoa com surdez

O processo educacional sempre foi alvo de constantes discussões e apontamentos que motivaram sua evolução em vários aspectos, principalmente na metodologias de ensino pelos professores e a valorização do contexto escolar. Nesse aspecto GADOTTI (2000:4), pesquisador desse processo afirma que,

a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa. A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias de ensino. O conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas na história da pedagogia. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente consolidadas, terão um lugar garantido na educação do futuro. (GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação, 2000) 

Diante das transformações sociais, onde informações e descobertas acontecem em frações de segundo, o processo de desenvolvimento da escola entra na pauta como um dos mais importantes aspectos a serem discutidos neste processo, pois é nela que são promovidas as mais importantes formulações teóricas sobre o desenvolvimento cultural e social de todas partes que compõem uma nova prática educacional. A visão da Educação Especial  precisamos primeiramente estar atento aos documentos legais em concordância com a Lei n. 10.436 de abril de 2002, regulamentada pelo Decreto n. 5.626 de dezembro de 2005, que determina o direito a uma educação que garanta a sua formação bilíngue, em que Língua de Sinais e Língua Portuguesa escrita para as pessoas com surdez. As mesmas enfrentam inúmeros problemas para participar da educação escolar, por causa da perda da audição e da forma como se comunica. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, linguístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem.
Surge então o seguinte questionamento: Como são as práticas pedagógicas para pessoas com surdez, de acordo com as tendências: oralismo, comunicação total e bilingüismo? Podemos dizer que as pessoas com surdez têm direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar. De uma forma geral pode ser explicada as tendências em: 
ü  Oralismo era apenas os gestos e mimicas na qual a pessoa surda se comunicava; 
ü  Comunicação total utilizava o uso de qualquer recurso possível para a comunicação, dando ênfase as interações sociais, cognitivas e afetivas dos alunos. Não valorizava a língua de sinais; 
ü  Bilinguismo ‘e por meio da linguagem oral e da escrita com a adição da linguagem da comunidade surda conhecida como Língua de Sinais: LIBRAS, que dispõem de  três momentos, que são: AEE de Libras, AEE em Libras e o AEE para o ensino da Língua Portuguesa que oferece a esses alunos a oportunidade de demonstrarem se beneficiar de ambientes inclusivos de aprendizagem.
O AEE DE LIBRAS: O professor de Libras deve planejar o ensino dessa língua a partir dos diversos aspectos que envolvem sua aprendizagem, como referencias visuais, anotação em língua portuguesa, dactilologia (alfabeto manual), parâmetros primários e secundários, que são a configuração das mãos, ponto de articulação, movimento e disposição das mãos, orientação da palma das mãos, região de contato e expressões faciais, classificadores e sinais. Ao ser respeitado isso, durante os atendimentos, os alunos irão interagir estabelecendo diálogos e realizando trocas simbólicas. Como acontece com outras línguas, para o ensino de Libras a metodologia do professor deve estar focada no contexto de vida do aluno, para que o seu desenvolvimento linguístico seja mais significativo, respeitando-se o conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais e o estágio de desenvolvimento da língua em que o aluno se encontra.
O AEE EM LIBRAS: Ocorrer no contra turno ao horário da escolarização, o professor do AEE trabalhar com os conteúdos curriculares de forma articulada com o professor de sala de aula. O atendimento não deve substituir a escolarização, sendo um serviço complementar ao que está sendo estudado na sala de aula. As etapas essenciais que o professor em Libras deverá seguir para o atendimento do aluno com surdez, segundo Damázio e Ferreira (2010: pp. 12-14), são as seguintes: 

 Acolhimento de todos os alunos, que precisam ser valorizados, mantendo uma relação de respeito e confiança com o professor.  Com identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas dos alunos contemplando a avaliação inicial dos conhecimentos dos alunos. 

O AEE PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: Este momento dar-se-á orientado pelo bilinguismo, sendo considerado a Libras e Português escrito como línguas de instrução dos alunos com surdez, pois as duas línguas são importantes, pois ampliam as possibilidades de comunicação e aprendizagem em várias situações do cotidiano escolar. A aprendizagem do Português, a proposta didático-pedagógica, em um primeiro nível de ensino deve iniciar-se com os processos de letramento, que perpassam a educação infantil e o ciclo de alfabetização no decorrer do ensino fundamental. Num segundo nível intermediário, os textos devem apresentar estruturas, organização e funcionamento de razoável complexidade, em condições de promover a leitura, interpretação e escrita, segundo categorias mais elaboradas da língua portuguesa. No terceiro nível, os conhecimentos do Português escrito devem recair sobre o uso da língua oficial na leitura e na produção de textos mais complexos.

Referencias:
ü  GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000.
ü  DAMÁZIO, Mirlene F. M., ALVES, Carla B. e FERREIRA, Josimário de P. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : abordagem bilíngue na escolarização de pessoas com surdez. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. 
ü http://saladerecursosmultifuncionais.blogspot.com.br/2011/08/tendencias-para-educacao-da-pesoas-com.html 



1. Professor na Escola Municipal Mestre Pacifico Siqueira Campos - Pedagogo – Especialista em Psicopedagogia Gestão, Supervisão e Orientação Educacional Cursista do Curso de Especialização em Atendimento Educacional Especializado AEE pela UFC. E-mail: wanderson.end@hotmail.com