Wanderson Pinheiro [1]
Palavras-chave: Libras, Língua
Portuguesa, Pessoa com surdez
O processo educacional sempre foi alvo de
constantes discussões e apontamentos que motivaram sua evolução em vários
aspectos, principalmente na metodologias de ensino pelos professores e a
valorização do contexto escolar. Nesse aspecto GADOTTI (2000:4), pesquisador
desse processo afirma que,
a
educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas
ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela
educação burguesa. A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da
obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe consigo
numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das
metodologias de ensino. O conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as
técnicas Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas na história da
pedagogia. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente
consolidadas, terão um lugar garantido na educação do futuro. (GADOTTI, M.
Perspectivas atuais da educação, 2000)
Diante das transformações sociais, onde informações
e descobertas acontecem em frações de segundo, o processo de desenvolvimento da
escola entra na pauta como um dos mais importantes aspectos a serem discutidos
neste processo, pois é nela que são promovidas as mais importantes formulações
teóricas sobre o desenvolvimento cultural e social de todas partes que compõem uma
nova prática educacional. A visão da Educação Especial precisamos primeiramente
estar atento aos documentos legais em concordância com a Lei n. 10.436 de abril
de 2002, regulamentada pelo Decreto n. 5.626 de dezembro de 2005, que determina
o direito a uma educação que garanta a sua formação bilíngue, em que Língua de
Sinais e Língua Portuguesa escrita para as pessoas com surdez. As mesmas enfrentam
inúmeros problemas para participar da educação escolar, por causa da perda da
audição e da forma como se comunica. Muitos alunos com surdez podem ser
prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo,
sócio-afetivo, linguístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no
desenvolvimento da aprendizagem.
Surge então
o seguinte questionamento: Como são as práticas pedagógicas para pessoas com
surdez, de acordo com as tendências: oralismo, comunicação total e bilingüismo? Podemos dizer que as pessoas com
surdez têm direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua
Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade
escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra
de forma simultânea no ambiente escolar. De uma forma geral pode ser explicada
as tendências em:
ü Oralismo era apenas os gestos e mimicas na qual a pessoa
surda se comunicava;
ü Comunicação total utilizava o uso de qualquer recurso
possível para a comunicação, dando ênfase as interações sociais, cognitivas e
afetivas dos alunos. Não valorizava a língua de sinais;
ü Bilinguismo ‘e por meio da linguagem oral e da escrita com a
adição da linguagem da comunidade surda conhecida como Língua de Sinais:
LIBRAS, que dispõem de três momentos,
que são: AEE de Libras, AEE em Libras e o AEE para o ensino da Língua
Portuguesa que oferece a esses alunos a oportunidade de demonstrarem se
beneficiar de ambientes inclusivos de aprendizagem.
O AEE DE LIBRAS: O professor de Libras
deve planejar o ensino dessa língua a partir dos diversos aspectos que envolvem
sua aprendizagem, como referencias visuais, anotação em língua portuguesa,
dactilologia (alfabeto manual), parâmetros primários e secundários, que são a
configuração das mãos, ponto de articulação, movimento e disposição das mãos,
orientação da palma das mãos, região de contato e expressões faciais,
classificadores e sinais. Ao ser respeitado isso, durante os atendimentos, os
alunos irão interagir estabelecendo diálogos e realizando trocas simbólicas.
Como acontece com outras línguas, para o ensino de Libras a metodologia do
professor deve estar focada no contexto de vida do aluno, para que o seu
desenvolvimento linguístico seja mais significativo, respeitando-se o
conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais e o estágio de
desenvolvimento da língua em que o aluno se encontra.
O AEE EM LIBRAS: Ocorrer no contra turno
ao horário da escolarização, o professor do AEE trabalhar com os conteúdos
curriculares de forma articulada com o professor de sala de aula. O atendimento
não deve substituir a escolarização, sendo um serviço complementar ao que está
sendo estudado na sala de aula. As etapas essenciais que o professor em Libras
deverá seguir para o atendimento do aluno com surdez, segundo Damázio e
Ferreira (2010: pp. 12-14), são as seguintes:
Acolhimento
de todos os alunos, que precisam ser valorizados, mantendo uma relação de
respeito e confiança com o professor.
Com identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas dos
alunos contemplando a avaliação inicial dos conhecimentos dos alunos.
O AEE PARA O ENSINO DA LÍNGUA
PORTUGUESA: Este momento dar-se-á orientado pelo bilinguismo, sendo considerado
a Libras e Português escrito como línguas de instrução dos alunos com surdez,
pois as duas línguas são importantes, pois ampliam as possibilidades de
comunicação e aprendizagem em várias situações do cotidiano escolar. A
aprendizagem do Português, a proposta didático-pedagógica, em um primeiro nível
de ensino deve iniciar-se com os processos de letramento, que perpassam a
educação infantil e o ciclo de alfabetização no decorrer do ensino fundamental.
Num segundo nível intermediário, os textos devem apresentar estruturas,
organização e funcionamento de razoável complexidade, em condições de promover
a leitura, interpretação e escrita, segundo categorias mais elaboradas da
língua portuguesa. No terceiro nível, os conhecimentos do Português escrito
devem recair sobre o uso da língua oficial na leitura e na produção de textos
mais complexos.
Referencias:
ü GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre:
Ed. Artes Médicas, 2000.
ü DAMÁZIO, Mirlene F. M., ALVES, Carla B. e FERREIRA, Josimário
de P. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : abordagem bilíngue
na escolarização de pessoas com surdez. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará,
2010.
ü http://saladerecursosmultifuncionais.blogspot.com.br/2011/08/tendencias-para-educacao-da-pesoas-com.html
1. Professor na Escola
Municipal Mestre Pacifico Siqueira Campos - Pedagogo – Especialista em
Psicopedagogia Gestão, Supervisão e Orientação Educacional Cursista do Curso de
Especialização em Atendimento Educacional Especializado AEE pela UFC. E-mail: wanderson.end@hotmail.com